A presidente Dilma Roussef falou na abertura do Segmento de Alto Nível.
Líderes de Israel, Palestina, Índia e Reino Unido discursam nesta quinta.
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Em seu discurso na abertura cerimonial da Rio+20, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a crise financeira mundial tende a fragilizar a disposição dos países a acordos vinculantes, mas que "não podemos deixar isso acontecer".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon foi enfático em seu elogio da conferência. "Fizemos história esta semana. Estamos perto de fazer um acordo que pode criar nosso futuro sustentável", disse. "As negociações foram longas, árduas, muito dificeis mesmo. Contudo, fizemos progressos significativos, principalmente nos ultimos estágios", afirmou
Críticas
Enquanto os chefes de Estado e governo discursavam no Riocentro, as organizações não-governamentais endureceram as críticas ao rascunho que os diplomatas prepararam durante os primeiros dias da conferência.
As ONGs reunidas no Rio criaram uma petição, já assinada por mais de mil pessoas, dizendo que recusam o texto atual do documento e pedindo que “as palavras 'em concordância com a sociedade civil' sejam removidas”, como informou Wael Hmaidan, da organização ambiental Climate Action.
“O texto é catastrófico. Os problemas estão aí e é como se os líderes dissessem que não querem resolver”, disse Marcio Astrini, coordenador do programa Amazônia do Greenpeace, à Globo News.
O texto da Rio+20 tem sido criticado porque avança pouco em ações efetivas: não deixa claro quais são os objetivos de desenvolvimento sustentável que o mundo deve perseguir, nem quanto deve ser investido para alcançá-los, e muito menos quem coloca a mão no bolso para financiar qualquer ação de sustentabilidade. O que o documento propõe são planos para que esses objetivos sejam definidos num futuro próximo (veja abaixo um quadro com o que foi negociado).
"A crise econômica está sendo privilegiada [na negociação]. O documento é uma pá de cal na Rio+20. O erro não é colocar 100 bilhões no FMI, é não colocar 100 bilhões em um fundo ambiental. Venceu a tese norte-americana. Prevaleceu a tese de que esforços são bilaterais. Que cada país tem que fazer as suas ações. Há um consenso de que o documento não é satisfatório", disparou a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva.
A jornalistas, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que a "Rio+20 não é uma conferência que tenha fracassado. Ela sinaliza novos caminhos em relação à biodiversidade e mantém o legado de 92. Muitos países desejaram rever o acordo de 92.
O próprio embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, que liderou as negociações sobre a redação do documento e vinha comemorando sua rápida aprovação, nesta quarta criticou a incoerência de pedir mudanças sem se propor a financiá-las. “Não se pode exigir ambição de ação sem ambição de financiamento. Quem pede ambição de ação e não põe dinheiro na mesa está sendo incoerente”, disse.
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O que vinha sendo negociado |
Como ficou no rascunho aprovado |
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CBDR – sigla em inglês para Responsabilidades
Comuns Mas Diferenciadas, princípio que norteia as negociações de
desenvolvimento sustentável. O princípio oficializa que se espera dos
países ricos maior empenho financeiro para implementação de ações, pelo
fato de virem degradando o ambiente há mais tempo e de forma mais
intensa. |
Havia rumores de que os países ricos queriam tirar esse princípio do texto, mas ele permaneceu. |
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Fortalecimento do Pnuma – cogitava-se transformar
o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente em uma instituição
com status de agência da ONU, como é a FAO (de Alimentação). |
O texto prevê fortalecimento do Pnuma, mas não especifica
exatamente como. O assunto deve ser resolvido na Assembleia Geral da ONU
em setembro. |
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Oceanos – Era uma das áreas em que se esperava
mais avanço nas negociações, porque as águas internacionais carecem de
regulamentação entre os países. |
A negociação avançou e o texto adota um novo instrumento
internacional sob a Convenção da ONU sobre os Direitos do Mar (Unclos),
para uso sustentável da biodiversidade e conservação em alto mar. |
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Meios de Implementação – questão-chave para os
países com menos recursos, significa na prática o dinheiro para ações de
desenvolvimento sustentável. Os países pobres propuseram a criação de
um fundo de US$ 30 bilhões/ano a ser financiado pelos ricos. |
Avançou pouco. O fundo de US$ 30 bilhões não virou realidade. “A
crise influenciou a Rio+20”, admitiu o embaixador brasileiro André
Corrêa do Lago. |
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ODS – Os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, metas a serem perseguidas pelos países para avançar
ambiental, política e socialmente, eram uma das grandes cartadas para a
Rio+20. |
Os objetivos não foram definidos. Inicia-se apenas um processo para rascunhar quais devem ser as metas até 2013. Elas então devem ser definidas para entrarem em vigor em 2015, quando terminam os Objetivos do Milênio. |
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